quinta-feira, 27 de junho de 2013

Estudo Biblico o Pentateuco.

O Pentateuco

A Bíblia é uma biblioteca de 66 livros escritos por 40 autores num período de 1500 anos; não obstante, nela se desenvolve um único tema, que une todas as partes, a redenção do homem.
O tema divide-se assim:
1.  O Antigo Testamento: a preparação do Redentor.
2.  Os Evangelhos: a manifestação do Redentor.
3.  Os Atos: a proclamação da mensagem do Redentor.
4.  As Epístolas: a explicação da obra do Redentor.
5.  O Apocalipse: a consumação da obra do Redentor

O Antigo Testamento divide-se de acordo com o seu conteúdo: O Pentateuco ou lei:                Gênesis a Deuteronômio             5 livros
História:                               Josué a Ester                               12 livros
Poesia:                                  Jó a Cantares                                5 livros
Profecia                                Isaías a Malaquias                      17 livros
1.        
2.       Título: O nome Pentateuco vem da Versão grega que remonta ao século III antes de Cristo. Significa: "O livro em cinco volumes." Os judeus lhe chamavam  "A lei" ou  "A lei de Moisés",  porque a legislação de Moisés constitui parte importante do Pentateuco.


GÊNESIS


INTRODUÇÃO
1.   Título: O nome Gênesis vem da Septuaginta (Versão dos Setenta), antiga versão grega. Significa "princípio", "origem" ou "nascimento". Os hebreus lhe chamavam "No princípio", pois designavam os livros da lei de acordo com sua primeira palavra ou frase.
             
              2.  Propósito: a) O livro do Gênesis é a introdução à Bíblia toda. É o livro dos princípios, pois narra os começos da criação, do homem, do pecado, da redenção e da raça eleita. Tem sido chamado de "viveiro ou sementeiro da Bíblia" porque nele estão as sementes de todas as grandes doutrinas.

b) O Gênesis narra como Deus estabeleceu para si um povo. Relata a infância da humanidade, porém o autor não pretende apresentar a história da raça toda; destaca apenas os personagens e sucessos que se relacionam com o plano de redenção através da história. Traça a linhagem piedosa, que transmite a promessa de 3:15.
. Podemos dizer, em síntese, que o Gênesis foi escrito principalmente para relatar como o Senhor escolheu um povo que levaria a cabo os propósitos divinos Chamou a Abraão, estabeleceu uma aliança com ele e prometeu-lhe multiplicar sua descendência até convertê-la em uma nação, a qual seria instalada em Canaã. Qual era o motivo divino ao fazer tudo isto? Que Israel se constituísse em uma fonte de bênção para "todas as famílias da terra" (12:3). Isto é, Deus abençoa um povo para que, depois, este seja o veículo de bênção universal.

3.  Assunto: O assunto geral é "o princípio de todas as coisas". Porém à luz do tema da Bíblia toda, seu tema é: DEUS COMEÇA A REDENÇÃO ESCOLHENDO UM POVO.

4.  Conteúdo: O livro do Gênesis abrange uma época muito longa; desde as primeiras origens das coisas até ao estabelecimento de Israel no Egito. Divide-se em duas seções claramente distintas: a história primitiva (1-11), que é como um "pátio anterior" para a história da redenção, e a história patriarcal (12-50), que evoca a figura dos grandes antepassados de Israel.


O esquema do livro é o seguinte: I. Introdução II. História primitiva                                                                     
A.  A criação (1—2)
B.  A queda e suas conseqüências (3—4)
C.  O dilúvio (5—9)
D.  A dispersão das nações (10—11)

III. História patriarcal                                                              12—50
A.  Abraão (12:1—25:18)
B.  Isaque e Jacó (25:19—36:43)
C.  José (37—50)

5.  Observações: a) As genealogias dos hebreus nem sempre são completas, pois mencionam só os nomes dos personagens destaca­dos, omitindo amiúde pessoas de pequena importância. Por exemplo, parece que Moisés é bisneto de Levi, segundo a genealogia de Êxodo 6:16-24, embora houvesse aí um período intermediário de 430 anos (Êxodo 12:40). Usa-se também, às vezes, o termo "filho" para dar a entender "descendente" (a Jesus se chama "filho de Davi", isto é, descendente do rei Davi). De modo que não se pode datar os acontecimentos registrados nos capítulos 1—11 do Gênesis somando os anos das genealogias, visto ser provável que nelas existam vazios de longos períodos de tempo.

b) Parece que algumas passagens do Gênesis não estão em ordem cronológica. Por exemplo: o capítulo 11 relata a história da torre de Babel, mas é possível que, de acordo com sua verdadeira situação cronológica, corresponda ao capítulo 10, uma vez que explica o porquê da dispersão dos povos. Também, muitos estudiosos discu­tem a cronologia bíblica do incidente em que Abraão negou, perante
Abimeleque, que Sara fosse sua mulher (Gênesis 20). Pode supor-se que tivesse ocorrido muitos anos antes, pois à época do capítulo 20, Sara teria noventa anos e é improvável que nessa idade ela ainda fosse atraente ao sexo oposto. A falta de ordem cronológica não detrai em nada a veracidade dos incidentes, pois escritores modernos fazem uso de tal técnica. Depois de contar a história geral de um episódio, muitas vezes relatam um incidente de interesse não incluído em sua descrição, ou ampliam uma parte já narrada para dar algum enfoque adicional.

I. HISTÓRIA PRIMITIVA Capítulos I 11 A. A criação. Capítulos I e 2
1.  O Criador: Qual é a idéia mais importante que encontramos no relato da criação? Não é a descrição do processo de criar, nem a dos detalhes acerca do homem, por mais interessantes que sejam.
A figura de Deus domina o primeiro capítulo da Bíblia. Seu nome aparece trinta e cinco vezes nos trinta e quatro versículos. O termo traduzido por Deus é Elohim, forma plural. Não obstante, quando se faz referência a Deus, sempre se usa o verbo no singular, o que nos indica que Deus é uno. No idioma hebraico, a forma plural às vezes expressa intensidade ou plenitude. Por isso, a palavra Elohim indica sua majestade, poder infinito e excelência. Ele possui completamente todas as perfeições divinas.

Capítulo 1
Criação do mundo. Adão e Eva desobedecem à ordem de Deus, e Ele os expulsa do paraíso terrestre.

1. Gênesis 1. No princípio, Deus criou o céu e a Terra, mas a Terra não era visível porque estava coberta de trevas espessas, e o Espírito de Deus adejava por cima dela. Deus ordenou em seguida que se fizesse a luz, e a luz apareceu imediatamen­te. Depois de ter considerado essa massa, Deus separou a luz das trevas. Às trevas chamou noite, e à luz, dia, dando ao começo do dia o nome de manhã, e ao fim, o de tarde.
No segundo dia, Deus criou o céu, separou-o de todo o resto e colocou-o por cima, como sendo o mais nobre. Rodeou-o de cristal e temperou-o com umida­de própria para formar as chuvas que regam docemente a terra, para torná-la fecunda. No terceiro dia, tornou fixa a terra, rodeou-a pelo mar e fê-la produzir as plantas com as suas respectivas sementes. No quarto dia, criou o Sol, a Lua e os outros astros e colocou-os no céu para lhe serem o ornamento principal. Re­gulou de tal maneira os seus movimentos e o seu curso que eles determinam claramente as estações e as revoluções do ano. No quinto dia, criou os peixes que nadam na água e os pássaros que voam no ar e quis que formassem casais, a fim de crescerem e se multiplicarem, cada um segundo a sua espécie. No sexto dia, criou os animais terrestres e distinguiu-os em sexos diversos, fazendo-os macho e fêmea. E, nesse mesmo dia, criou também o homem. Assim, segundo o que refere Moisés, Deus criou em seis dias o mundo e todas as coisas que nele existem. No sétimo dia, Ele descansou e deixou de trabalhar as grandes obras da criação do mundo: é por esse motivo que não trabalhamos nesse dia e lhe damos o nome de sábado, que em nossa língua quer dizer "descanso".
2.  Gênesis 2. Moisés fala ainda mais particularmente da criação do homem. Ele diz que Deus tomou pó da terra, fez o homem e, com a alma, inspirou nele o espírito e a vida. Ele acrescenta que esse homem foi chamado Adão, que em hebreu significa "ruivo", porque a terra de que ele foi formado era dessa cor, que é a cor da terra natural e a qual se pode chamar virgem.
Deus mandou vir os animais, tanto os machos quanto as fêmeas, para dian­te de Adão, e este, o primeiro de todos os homens, deu-lhes os nomes que conservam ainda hoje.
3.  Deus, vendo que Adão estava sozinho, enquanto os outros animais ti­nham cada qual uma companheira, quis também dar-lhe uma consorte. Para isso, quando ele estava adormecido, tirou-lhe uma das costelas, da qual for­mou a mulher. E, logo que Adão a viu, percebeu que ela havia sido tirada dele e que era parte dele mesmo. Os hebreus dão à mulher o nome de Issa, e a que foi a primeira de todas chamou-se Eva, isto é, "mãe de todos os viventes".
4.  Moisés narra em seguida como Deus plantou do lado do oriente um delicioso jardim, que cumulou de todas as espécies de plantas, entre elas, duas árvores, uma das quais era a árvore da vida, e a outra, a da ciência, que ensinava a discernir o bem do mal. Ele colocou Adão e Eva nesse jardim e mandou que cultivassem as plantas. O jardim era regado por um grande rio, que o rodeava completamente e se dividia em quatro outros rios. O primeiro desses rios, chamado Pisom, que significa "plenitude" e ao qual os gregos chamam Canges, corre para a índia e desemboca no mar. O segundo, que se chama Eufrates e Fora, em nossa língua, significa "dispersão" ou "flor", e o terceiro, a que chamam Tigre ou Diglath, que significa "estreito e rápido", ambos desembocam no mar Vermelho. O quarto, de nome Giom, que significa "que vem do oriente", é chamado Nilo pelos gregos e atravessa todo o Egito.
5. Deus ordenou a Adão e Eva que comessem de todos os frutos, mas lhes proibiu de tocar no da ciência, alertando-os de que morreriam se o comessem. Havia então perfeita harmonia entre todos os animais, e a serpente estava muito acostumada com Adão e Eva. Mas como a sua malícia a fizesse invejar a felicidade de que ambos desfrutariam se observassem a ordem de Deus e julgasse ela que, ao contrário, eles seriam vítimas de todas as desgraças se desobedecessem, tratou de persuadir Eva a comer do fruto proibido. Para melhor induzi-la, disse-lhe que o fruto continha uma virtude secreta, que dava o conhecimento do bem e do mal, e que se ela e o marido comessem dele, seriam tão felizes quanto Deus. Assim, a serpente enganou a mu­lher, e esta desprezou a ordem divina: comeu o fruto, alegrou-se por tê-lo feito e induziu Adão a comê-lo também. Ora, como era verdade que o fruto dava grandíssimo discernimento, eles logo perceberam que estavam nus e sentiram vergonha. Então tomaram folhas de figueira para se cobrir, julgando-se mais felizes do que antes, porque agora conheciam o que até ali haviam ignorado.
Deus entrou no jardim, e Adão, que antes do pecado conversava familiar­mente com Ele, não ousou apresentar-se, por causa da falta que havia cometi­do. Deus perguntou-lhe por que, em vez de sentir prazer em se aproximar dEle, estava fugindo e se escondendo. Como Adão não soubesse o que respon­der, porque se sentia culpado, Deus lhe disse: "Eu vos havia provido de tudo o que poderíeis desejar para viver sem penas e com prazer uma vida isenta de qualquer cuidado, que teria sido ao mesmo tempo muito longa e feliz. Mas vós vos opusestes ao meu desígnio, desprezastes a minha ordem e não é por res­peito que vos calais, mas porque a vossa consciência vos acusa". Adão, então, fez o que podia para se desculpar, pediu a Deus que lhe perdoasse e lançou a sua falta sobre a mulher, que o enganara e fora a causa de seu pecado. Ela, por sua vez, alegou que a serpente a havia enganado. Por isso Deus, para castigar Adão por assim se ter deixado vencer, declarou que a terra não produziria mais frutos, a não ser para aqueles que a cultivassem com o suor do rosto, e mesmo assim não daria tudo o que dela se poderia desejar. Castigou também Eva, estabelecendo que, por se haver deixado enganar pela serpente e atraído to­dos aqueles males sobre o marido, ela teria filhos com dor e sofrimento. E, para castigar a serpente pela sua malícia, condenou-a a rastejar pela terra, declaran­do que ela seria inimiga do homem. Depois que Deus impôs a todos o devido castigo, expulsou Adão e Eva daquele jardim de delícias.